... É gente activa, é família unida, por uma aldeia, por uma paixão, e para toda a vida . Unida por um passado que se vive presente, e por uma tradição que tanto encanta e se sente. Neste blog se honra a história da família Valente, e de todos os que amam a sua terra-mãe: Santana de Cambas. Aqui ficam para sempre as imagens e estórias tornadas História, para que sejam revisitadas em sorrisos e lágrimas, de amor e de saudade.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
X Encontro da Família Valente - Mensagem
Segue a emotiva mensagem de boas vindas, comunicada no início do nosso encontro.
Desculpem-me as lágrimas.
Da organização para a organização, e sem me querer esquecer de ninguém, queria agradecer o grande contributo e esforço este ano da Ana Luísa, da Maria João, da Susana, do Arnaldo, ... , que trataram de quase tudo o que vai acontecer ao longo deste dia.
Desculpem-me as lágrimas.
"Querida
família, queridos
amigos,
10.
10 é sinónimo de perfeição. É formado pelo número 1, que significa unidade, o
início, a iniciativa, e pelo número “0” à sua direita, representado por um
círculo, fechado, símbolo de missão e de dever cumpridos. Bem-vindos pois ao
10º Encontro da Família Valente.
Há
quem diga que o próprio mundo foi criado em 10 atos. Pois nessa linha de pensamento
também creio que em 10 anos conseguimos criar aqui algo de belo e de incrível.
Não fizemos o mundo em 10 anos, mas talvez tivéssemos criado aqui um mundo
próprio, meio irreal até, de tão raro e gratificante. Não fizemos o mundo, mas
percorremo-lo, no sentido literal e não só, para aqui estarmos hoje, unidos, neste
lindo dia, nesta igualmente linda e muito nossa aldeia de Santana de Cambas.
Tudo
começou em Maio de 2003, data do nosso 1º convívio familiar. Aqui mesmo. Lembro-me
de ter ficado assombrado com tanta gente. E orgulhoso, desde logo, muito
orgulhoso, de ser Valente. Desde esse primeiro encontro muitos outros vieram.
Outros encontros e outros Valentes também. Eu tive a sorte, e a vontade, de não
falhar nem um, tal como muitos de nós hoje aqui.
E
já lá vão 5 anos que pessoalmente tenho ajudado a organizar estes nossos encontros
de família. Com muita honra. Em conjunto criámos a Geração Valente, e muita
coisa conseguimos nós fazer nestes últimos 5 anos. Nós todos. Trouxemos de
volta o encontro de família para a sua terra mãe, de onde nunca deveria ter
saído. Conseguimos juntar e multiplicar cada vez mais Valentes, de ano para
ano, não só neste dia, mas em todos os outros dias, através do nosso grupo do
FB, do nosso Blog e de outras redes sociais. Temos tentado evoluir com algumas
iniciativas no sentido de preservar e fortalecer estes laços que nos unem,
muito para além de apenas este único dia de convívio. Claros exemplos disso
mesmo são mesmo o Blog que criámos, ou o recente canal da Família Valente no
MEO. Desenvolvemos esforços para recriar e manter atualizada, recorrendo às memórias
e depoimentos históricos dos mais velhos, aquela árvore genealógica já com mais
de 350 frutos e seis gerações de Valente. Conseguimos reunir ao longo destes
anos um conjunto riquíssimo de fotografias dos nossos antepassados, que de outra
forma se iriam perder no tempo e na singular memória dos nossos pais e avós. Conseguimos
juntar ao nosso convívio uma série de atividades que ajudam a tornar o nosso
encontro ainda mais especial, e mais virado também para a aldeia, para os seus costumes
e tradições, tais como o Pedipaper (este ano na sua 3ª edição), os jogos
tradicionais, o concurso de poesia e as provas de cantoria. Trouxemos em 2012 uma
estação de televisão à nossa aldeia (!). Enfim… já traçámos um longo caminho
que, sem dúvida, ninguém mais apagará.
Somos
uma família de gente humilde e alegre, que vem deixando marcas vincadas na
história desta aldeia e, porque não dizê-lo, na história de um povo. Entre os
Valente de Santana de Cambas encontramos vários artistas, que se afirmaram e
perpetuaram no tempo em variadas artes, desde a música à literatura.
Encontramos autarcas e ex-autarcas do nosso concelho, e militares de várias
patentes e ramos. Encontramos animadores, professores, gestores, políticos,
engenheiros, médicos e enfermeiros, construtores e empreiteiros, comerciantes,
lojistas, agricultores, padeiros e sapateiros. E outros tantos mais, todos eles
com uma mesma identidade, aquela que nos une todos os anos, e todos os dias do
ano: Ser Valente.
Mas somos ao
mesmo tempo uma família de emigrantes. Desde o começo. Quando a vida por aqui
começou a ficar má, muitos partiram para o estrangeiro, outros rumaram para os
grandes centros urbanos de Lisboa e Porto e outras paragens, abandonando a sua
terra-mãe, e deixando-a, também a ela, abandonada. Nos dias de hoje, temos
assim a nossa família Valente espalhada um pouco por todo o lado: em Portugal,
nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Faro, Setúbal, Lisboa, Aveiro, Porto,
Viana do Castelo, Vila Real; e um pouco por todo o mundo: Espanha, França,
Suíça, Inglaterra, Moçambique, Estados Unidos e Canadá. E é curioso (e triste)
sentir que estamos novamente numa situação semelhante a esta…E vemos agora de
novo partir nossos filhos e nossos amigos para outras terras, levando a
esperança e a saudade, deixando este nosso país cada vez mais vazio e triste.
Este
não é apenas o encontro da família Valente. É de muitas famílias. É sobretudo
um reencontro com a palavra família e tudo o que ela representa. Acreditamos
que o conceito de “Família” é o melhor ensinamento que devemos dar aos mais
novos, sobretudo nos dias de hoje, em que cada vez mais estamos alheados do
mundo e das pessoas à nossa volta, e que este conceito familiar se vai perdendo
ou moldando à correria do tempo que hoje vivemos. E são dias assim que nos
aproximam uns dos outros, e de nós mesmos. São dias assim que nos ensinam e
mostram a beleza que existe nas coisas simples da vida. São dias assim que
aprendemos que não vale a pena pedir aos nossos filhos que lutem por uma vida
extraordinária, sem antes ajudá-los a ver a beleza e o maravilhoso que há nas
coisas simples da vida, que estes encontros também proporcionam. Mostrar-lhes a
serenidade que há nos campos, a calma o silêncio que deles emana, a emoção que
existe numa simples corrida de sacos, ou o prazer de correr e brincar
livremente pelas ruas de Santana. Despertar neles o orgulho de ver e de saber quem
somos, de onde viemos, quem foram nossos antepassados, quem deu vida a quem nos
deu vida. Mostrar-lhes que é normal chorar quando nos emocionamos. Que a
família não são apenas o pai e a mãe e os irmãos, mas cem, duzentas, trezentas
pessoas mais, todos nós, e que por isso nunca estarão sozinhos. Mostrar-lhes o prazer
infinito de um abraço fraterno, de um sorriso, de um olhar de ternura.
Ensinar-lhes no fundo que mais importante do que saber para onde vamos, é
sabermos que somos, e de onde vimos. Dar valor ao que temos, antes de sonhar por
alcançar o que não temos. E se fizermos tudo isto, se lhes mostrarmos o
verdadeiro sentido da nossa existência, então o extraordinário aparecerá por si
nas suas vidas, e daí restará apenas um pequeno passo para a realização dos
seus sonhos.
Voltemos ao
início deste texto: este é o nosso 10º Encontro. Como referi, o 10 é sinónimo
de missão e dever cumpridos, é o fim de um ciclo. Estou ciente de que a
principal missão a que nos propusemos enquanto Geração Valente está agora cumprida.
Os laços que nos unem estão refeitos, fortalecidos. As nossas raízes estão
agora um pouco mais firmes e profundas nesta terra que é Santana de Cambas. Todos
estamos, e devemos estar, bem orgulhosos de pertencermos a esta grande família,
e de certeza que nossos antepassados nos olham lá de cima a sorrir.
Sabemos também
que basta juntar dois valentes para que se crie um encontro de família. É
alegria garantida. Mas todos sentimos que proporcionar dias como estes não é
tarefa fácil para ninguém. Não nos devemos deixar vencer pela crise que se faz
sentir, e que todos a sentimos, sem dúvida. Não, isto não é uma derrota. Mas
claramente temos noção do grande esforço que é para todos nós organizar (e até
participar) nestes encontros de família. Além disso, sinto e penso que é
preciso deixar a saudade e a vontade crescer dentro de nós, de cada um de nós,
pois ela também nos faz bem à alma. Todos conhecemos já o caminho e quem nos
espera aqui. Por isso, este ano pensamos não marcar data de um próximo encontro.
Vamos deixar o tempo correr, deixar que o próprio futuro e a vontade de cada um
nos volte a juntar um dia. Talvez consigamos aguentar… dois anos?
Em suma, tem
sido muito bom, e tem-nos enchido de orgulho saber que todo um conjunto de
iniciativas que temos idealizado e concretizado nos últimos anos vão dando os
seus frutos. Mas há ainda outras ideias que gostaríamos de pôr em prática: batizar
uma rua da aldeia com o nosso nome de família, plantar uma árvore, ou, quem
sabe até, um museu de família. Sonhos? Quem não os tem? Tudo isto aqui também
nasceu de um sonho, e assim se concretizou.
Temos
contado desde sempre com o apoio da Casa do Povo de Santana de Cambas, que nos
disponibiliza uma vez mais este ano o espaço do Salão de Festas para a
realização do nosso encontro, e que nos recebe e ajuda sempre com o que pode.
Para eles o nosso obrigado. Em nome da Geração Valente, queria agradecer também
ao restaurante Al-Andaluz, à Amélia, ao Chico e restante equipa que pelo segundo
ano consecutivo nos enchem a barriga.
Ao meu tio
Sebastião e à Mila, pelas fotografias que nos disponibilizaram e que em muito
engrandecem o nosso baú de memórias, e o nosso filme de família.
À Delfina, à
Cláudia de Sousa Valente, e à Susana Valente, a todos os Valentes mais ativos
no Facebook e que nos mantém sempre ligados a todos, e a sorrir J.
Aos queridos
primos Maria Elisa e André, patrocinadores do nosso 1º Valente baile da pinha, agendado
para esta noite.
A todos vós,
por acreditarem, por estarem presentes aqui. Esta festa é de todos nós, e para
todos nós.
Da organização para a organização, e sem me querer esquecer de ninguém, queria agradecer o grande contributo e esforço este ano da Ana Luísa, da Maria João, da Susana, do Arnaldo, ... , que trataram de quase tudo o que vai acontecer ao longo deste dia.
Hoje será um
dia especial, sem dúvida. E amanhã também, por ser o dia da Mãe. A todas as
mães, as que estão hoje aqui presentes, e as que estão lá em cima olhando por
nós e para nós, um beijinho muito especial e um grande obrigado pelas nossas
vidas. Se pensarmos bem, família e Mãe são uma e a mesma palavra.
Em meu nome
pessoal, e deixei para último de propósito, aproveitando a oportunidade de
estar aqui perante de vós, não posso deixar de agradecer a duas mães, mulheres
da minha vida. Pela sua ajuda incondicional na organização destes encontros de
família, mas sobretudo pelo seu amor, sua alegria, pelo exemplo de mãe que têm
sido, para mim e ao meu lado, pelo conceito de família que me transmitiram e que
me ajuda agora a contribuir e a dar todo o sentido a este dia: à minha Valente
mãe, criadora e eterna organizadora destes encontros de família, obrigado por
tudo o que é e me tem dado. À Sylvie, minha cúmplice, inspiração, e mãe dos
meus lindos filhos, e que são eles minha inspiração também, obrigado por me
fazeres o homem mais Valente do mundo. A elas, o meu muito obrigado.
Este é o nosso
10º encontro de família. Que seja pois, nota 10.
Bem hajam
todos, e viva a família Valente! "
X Encontro da Família Valente - Obrigado!!
Mais um encontro de família que passou.
Hoje, o dia é já de alguma tristeza e nostalgia, sinal de que foram emoções bem fortes ao longo deste fim de semana.
Obrigado a todos os que nele participaram e ajudaram a torna-lo realidade.
Bem hajam a todos! E.. até já.
A Geração Valente
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