Hoje em dia tudo é bem mais complicado: a indisciplina, a violência e o insucesso escolar são contantes preocupações para um pai. Encontrar uma escola livre desses males é por vezes uma tarefa bem complicada e, claro, nada disso depois nos é garantido. Claro que não. Os manuais, sebentas e lápis de carvão deram hoje lugar às dezenas de livros que se têm de comprar, com centenas de euros, no início de cada ano (e será que as crianças dão mesmo aquilo tudo nas aulas?), o que nos obriga a uma ginástica orçamental cada vez mais exigente. Com os livros vêm ainda todos os outros gastos com o restante material escolar: os lápis e canetas e lapiseiras e borrachas de mil cores, numas mochilas coloridas com o boneco do momento, mais réguas e esquadros de todos os tamanhos e feitios, cadernos iguais às mochilas, mais agora o Magalhães e todos os seus derivados, e tudo novinho de ano para ano (e sei que me estou a esquecer de muita, mas muita coisa mesmo). Afinal a escola hoje é Conhecimento e Saber, mas também é um grande negócio para muita gente. Menos para os pais, claro.
Veio agora a gripe A, que apesar de tanto alarido, felizmente não é tão grave quanto parece. Ou pelo menos preferimos pensar assim, para passarmos os dias mais tranquilos e não pensar muito nisso e nos outros riscos que as nossas crianças têm nas escolas. Mas que os há, há.
E também os havia antigamente. Mas noutros tempos, a indisciplina era tratada com a palmatória ou castigo menos severo no canto da sala. Um chapéu de orelhas de burro, umas reguadas ou uns puxões de orelhas. Hoje isso é proibido, pois ou é violência ou discriminação. E até que havia violência entre crianças nos recreios, durante o intervalo, mas não era nada destas coisas de wrestlings e kung fu e armas brancas. Nem sequer se podia chamar de violência. No meu tempo, alguns anos depois, era assim. Era mesmo todos à molhada, aos empurrões e à estalada, e no final tudo estava bem de novo, à excepção de uns rasgões nas roupas e no corpo. Bem, e ao chegar a casa é que eram elas… Mas nada de muito grave acontecia.
Insucesso escolar também havia, claro, e muito mais do que hoje. Havia o trabalho no campo ou em casa, haviam as dificuldades que haviam e além do mais a escola não era assim tão importante como é nos dias de hoje. Pelo menos pensava-se assim. Era mais necessário ter algo para comer do que um livro para estudar.
Bem, muita coisa mudou, mas a verdade é que quando penso e imagino uma escola primária, vem-me sempre à lembrança a escola de Santana de Cambas. Porque é linda. Mesmo hoje, algo diferente, com uma vedação a toda a volta, mas remodelada e com melhores condições para as crianças (porque felizmente as há, ao contrário de há uns anos), conserva em si os seus traços de antigamente e traz ainda à lembrança os nosso tempos de criança, e os tempos idos de nossos pais (Olá mãe!). Tudo se conserva ali, como nesta foto que aqui deixamos hoje, no nosso baú de recordações.
1 comentário:
primo ke lindo comentario, me fizeste cair as lagrimas,e pa ser cincera nao sei o porke porke nunca andei na escola de santana,.... melhor dito nunca vivi em santana,mas ke morro de saudades morro sim.
Pa toda a familia um beijo muito grande nos vossos coraçoes com muitas saudades da prima delfina
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